No passado dia 27 de Abril desloquei me a Sanfins de Ferreira, que mais me parecia nos confins, porque mesmo com a ajuda de gps foi difícil encontrar o salão paroquial onde iria ser exibida a excelente peça de teatro, da magnífica companhia Seiva Trupe, Uma Noite de Solidão no Capim, que me emocionou até às lágrimas de alegria. Não existem palavras para descrever a actuação formidável dos actores Óscar Branco e Fernando André. Também ao Castro Guedes, ao Fuse, a toda a equipa da Seiva Trupe, o meu sincero agradecimento e abraço fraterno, porque o texto é de uma riqueza extraordinária, sobre um assunto ainda nos nossos dias muito controverso.
Porque os irmãos africanos, nunca foram, jamais serão, por desconhecimento ou ignorância, os “turras”, jamais, o território sempre foi e sempre será deles, porque quando lá chegaram os invasores, assaltantes, já lá existiam habitantes.O salazarismo doentio, cinzento, obscuro, nazi fascista formatou mentes consciências. Eu vi e senti esta peça, e iria vê-la de novo outra e outra vez, e faço um alerta a toda a população que vá vê -la , escutá-la , senti-la, porque foi do melhor que tenho visto. Parabéns a todos os intervenientes nela directa e indirectamente, a toda a equipa Seiva Trupe, as maiores felicidades. Abraçar-vos a tod@s um a um ainda é pouco. Recebam pois o meu abraço universalista carregado de poema e sonho infinitamente vivo.
Homero Sanches Roque
Um irmão de tod@s vós
Deixo vos com uma música letra daquele que nunca se rendeu/vendeu ao poder político do partidarismo politiqueiro, do poder financeiro, do poder religioso, de todos os poderes ou sistemas de poder. O imenso e enorme Grandioso José Afonso (2/8/1929-23/2/1987) do disco de 1978, Enquanto Há Força, O Homem Novo Veio da Mata.
Um homem novo veio da mata De armas na mão não é soldado De profissão é guerrilheiro Na sua aldeia a mãe o diz Duma fazenda faz um país Colonialismo não passará Imperialismo não passará Veio da mata um homem novo Do M p l a namíbia quente Vai despertando da areia ao mar Agora ou nunca não há que errar Foi em Fevereiro na dia quatro Sessenta e um angola existe Povo há só um colonialismo Não passará a cor da pele Não é motivo pra distinguir Angola nova só há que unir Se novos donos querem pôr tronos No teu país dum guerreiro Faz um juiz colonialismo Não passará olha o caminho Da Polissário de Zimbabwé África toda levanta-te Se novos donos querem pôr tronos Sobre o teu chão por cada morto Nasce um irmão colonialismo